Desabafo de uma universitária em fim de período – 09.9.13
Quero falar.
Queria jogar pra você toda a culpa dos meus problemas, dizer
que já que eu não tiro você da cabeça, estou me prejudicando e não consigo
estudar. Dizer que você me atormenta assim a distancia, por ter escolhido viver
essa vida dupla, vida essa que eu conheço bem, e até incentivei. Queria jogar
pra você a culpa das minhas noites em claro, das horas perdidas e das notas
baixas como consequência disso tudo. Me satisfaria jogar toda essa culpa pra
você, argumentando que meu sofrimento é fruto do seu egoísmo e descuido, que
não pensou nem ao menos duas vezes antes de quebrar a única regra que eu te
pedi pra respeitar.
Ora, como eu queria dizer isso, gritar com você, reclamar e
jogar essas verdades na sua cara, colocando a responsabilidade dessa minha
confusão mental nos seus ombros. Eu até poderia fazer isso, e não me falta
vontade, mas se o fizesse, seria apenas meia verdade.
É verdade sim que você não sai da minha cabeça, é verdade
sim, que ocupa muitos dos meus pensamentos, que deveriam estar sendo ocupados
por outras coisas. É igual verdade que por vezes (talvez muitas vezes) eu penso
que foi sim egoísmo seu, foi sim, descuido e desapreço por mim, quebrar a única
regra solicitada, regra essa que parecia não importar muito, mas que talvez
importe mais do que imaginamos. É tudo verdade. Mas ser verdade, não significa
que seja o único lado da história.
A culpa é sua, mas não posso atribuí-la toda a você.
Infelizmente é sempre assim, com ou sem você, um turbilhão passa por minha
vida, e especialmente por meus pensamentos a cada fim de período. Como um
masoquismo sádico, que me ocupa, e me tortura pra fugir dos estudos, me afogo
em pensamentos e possibilidades como meio de fugir da realidade...
Enfim, a culpa é sua, mas não é só sua.
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