Uma história de ficção, filhos, devaneios e 2021


Então você acorda, e no meio de muitos pensamentos, se pega pensando no seu filho.

Você começa a pensar que um dia, daqui a uns 5 ou 8 anos, vc vai querer ter um filho. E nesse dia, você estará tão sozinha e tão solteira quanto hoje. Isso não será um problema, e nem te impedirá de realizar esse desejo, essa vontade.
Então você, que é toda organizada e adora um bom plano, começa a pensar em como ter um filho mesmo estando solteira, ora, nem é tão difícil! Qualquer um, livre de doenças pode te dar um filho, basta uma boa dose de sexo desprotegido.


É uma possibilidade é claro. Mas não é a única.
Você pensa então em uma lista de nomes. Pessoas futuros candidatos a "pai do seu filho". Esses caras, hoje são 4. Resta saber se algum deles de fato aceitaria.


Você até se imagina fazendo a proposta a cada um deles. E lá vai.


Primeiro: Você está tomando um sorvete com ele no parkshopping, como fazem regularmente. Ali, na praça de alimentação depois de conversarem sobre o filme que estava em cartaz mês passado você fala, "Rodrigo, vamos ter um filho?"
Ele ri.
Ri alto como sempre faz quando você surge com ideias insanas, e depois de rir bastante, ele te diz que você é a dona das mais loucas ideias, rainha do inesperado, e lógico quer saber de onde você tirou isso.


Você se explica, se justifica, argumenta, fala pra ele do desejo de longa data sobre a maternidade, explica exatamente o papel que espera que ele desempenhe. Os termos do acordo, justifica por que ele foi o escolhido.
Fim de papo.
Pedido negado.
Vida que segue.


Segundo: Você dirige até a casa dele. Mas que ideia foi essa?
Chegando lá, perde a coragem. Depois de tudo o que viveram, da história que tiveram, um filho talvez não seja uma boa ideia...
A viagem é longa, te ajudou a pensar melhor. Segue até o fim. E chegando lá, faz uma visita. Pergunta sobre a família, diz que estava com saudades, revê a cidade...
 Em meio a muito bate papo você se rende. Confessa. Fala sobre o real motivo da visita. Diz que dirigiu até Paracambi por causa daquela ideia de filho, aquela mesma que ele conhece de cór.


Ele ri. Não te da uma resposta. Apenas ri de você, te chama de louca, como sempre fez perante teus caprichos, e então você vai embora.


Terceiro: Seu melhor amigo, aquele que sabe de todas as suas loucuras. Aquele mesmo, que nunca sonhou com filhos. Você conta das tentativas anteriores, ele ri de você. Diz que eh louca, te oferece o ombro pra chorar, não sem antes te dar uma bronca por ter feito tal proposta por aí.
Fala que as coisas acontecem quando menos se espera, e então é interrompido pelo barulho da porta.


A esposa dele acabara de chegar em casa. Ela te recebe com carinho, ela acaba de chegar com o doce Túlio de apenas 5 anos da escolinha de futebol.
Você cumprimenta os dois, engole o choro e abraça Túlio. Quem sabe abraçando uma criança assim tão forte, o destino entende logo o seu recado e manda a cegonha te fazer uma visita.


Quarto: Você está a procura dele. Do cara que seja o pai do seu filho. Mas por onde será que ele anda?


No calor e na escuridão um pequeno coração, bate forte e rapidamente. Sem que ninguém saiba que está lá, Arthur tem apenas 18 dias, ele consegue sentir a tristeza e ansiedade de sua mãe, que volta pra casa exausta, achando que nunca terá um filho.

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